- Saúde Mental e Atenção Psicossocial
Elaine Cristina Fontes
- 25 out 2024
Piraí/RJ não se enquadra nos critérios da PORTARIA Nº 336 de 2002 para implantação de CAPSi- Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil, Ponto de Atenção da Rede de Atenção Psicossocial. Onde e como estão nossas crianças e adolescentes que precisam de cuidado em Saúde Mental? Esta questão nos convocou a uma análise diagnóstica, apontou a urgência em instituir uma equipe Multidisiciplinar – Serviço Multidisciplinar de Atenção à Infância e Adolescência, para identificar as necessidades, planejar e executar ações para respostas que ampliasse acesso e garantisse cuidado integral, e na logica da Atenção Psicossocial. O CAPS Reviver, CAPS I atendia ao público infanto-juvenil. A Equipe do Serviço Multidisciplinar de Atenção à Infância e Adolescência conta com 5 psicólogos, 3 Fonoaudiólogos, 1 Fisioterapeuta e 1 Assistente Social, a partir de dezembro de 2023 funciona em sede própria -CEMAIA e salas amplas possibilitam estratégias terapêuticas de cuidado para crianças, adolescentes e seus familiares.
OBJETIVO GERAL: Implantar um serviço pautado na lógica da Atenção Psicossocial para crianças e adolescentes a partir de uma intervenção interdisciplinar, multidiscicplinar e intersetorial, visando o seu desenvolvimento biopsicossocial.
Objetivos Específicos:
-Ampliar o acesso do público alvo ao cuidado em saúde mental.
-Qualificar os processos de avaliação e propostas de intervenção.
-Dar suporte aos Pontos da Rede através de ações de Matriciamento.
-Propor estratégias de cuidado às famílias.
-Promover Educação Permanente em Saúde e Saúde Mental no campo da infância e adolescência.
-Ampliar oferta de propostas terapêuticas em grupo.
-Instituir protocolos e fluxos para organizar acesso e assistência.
-Instituir linha de cuidado ao público TEA.
-Potencializar a APS como ponto inicial de acesso ao cuidado em saúde mental.
Aumento das questões de saúde mental no público infanto-juvenil no período pós-pandemia são marcantes, bem como aumento progressivo de crianças com diagnóstico ou hipótese diagnóstica de TEA, uma vez que restrições impostas como medidas de proteção à COVID 19 dificultaram o acesso às avaliações multidisciplinares. Esta realidade nos convocava a qualificar as ações para este público e atualmente uma média de 45 crianças com este perfil está em atendimento pela equipe.
A série histórica dos registros de atendimento revela que ao longo de cinco anos o número de crianças e adolescentes atendidos pela equipe do SEMAIA aumentou significativamente, de aproximadamente 40 crianças e adolescentes em 2019 para aproximadamente 210 em 2024. A instituição da equipe oportunizou que crianças e adolescentes, antes em tratamento fora do município, sejam acompanhadas no território, com redução de custo de transporte e evita desgaste físico e emocional para familiares e pacientes com as viagens.
A exclusividade dos profissionais para atuação junto ao público alvo deste projeto facilita investimento pessoal e técnico, o que vem possibilitando construção de novas estratégias terapêuticas ampliando a oferta de cuidado para além dos atendimentos individuais: Oficina Brincar Terapêutico; Momento Aconchego; Grupos Terapêuticos de Adolescentes-Projeto Adoles-SER; Oficina de Musicalização; Oficina Reconstrói; Atendimento Multidisciplinar, Atendimento Familiar. As diferentes propostas terapêuticas geram maior número de ofertas de cuidado e assim ampliam acesso e os projetos de cuidado voltados para as famílias fortalecem o vínculo, uma vez que se sentem cuidados e, sobretudo fortalecidos enquanto parceiros do cuidado.
Municípios de pequeno porte precisam fomentar e potencializar ações articuladas ampliando as possibilidades de construções criativas e inovadoras, a partir dos recursos de cada município, para enfrentar os desafios da produção de cuidado integral e Intersetorial no SUS.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO