- Promoção da Saúde
Bruno Henrique da Silva Ramos
- 18 nov 2024
Em 2016, após revisão de suas fronteiras, Rurópolis ratificou o pertencimento de sua área ribeirinha, antes considerada pertencente a outro município. A população dessa área era desconhecida e, portanto, tinha negligenciado seu direito à saúde, obrigando-os a buscar atendimento no município vizinho. Assim, em 2017, a Secretaria Municipal de Saúde elaborou um plano de ação para promover o direito e o acesso à saúde dos “novos” munícipes.
Demonstrar a experiência da execução de um plano de ação multiprofissional, implementado a curto e a longo prazo, para garantir o direito à saúde às populações ribeirinhas no interior da Amazônia. Trata-se de um relato de experiência vivenciado pela equipe multiprofissional desde o primeiro contato realizado com as comunidades. Foram realizadas 05 expedições para reconhecimento de necessidades e vulnerabilidades em saúde e para o fortalecimento do vínculo com a comunidade que até então era desconhecida. A partir da segunda expedição, foram levados diversos atendimentos em saúde. Duas expedições foram em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social e a West Virginia University respectivamente. Com o objetivo de promover o cuidado contínuo, foi implantada uma Estratégia Saúde da Família Ribeirinha cujo projeto de credenciamento ocorreu no final de 2018, e a partir de então as atividades passaram a ser realizadas semanalmente.
Ocorreram 14 expedições com realização de 834 consultas (pediatra, clínica geral, enfermeiro, odontólogo, nutricionista e psicólogo), sendo ofertados escovação supervisionada, aplicação de flúor, vacinação, avaliação antropométrica, cadastro de famílias no e-SUS, educação em saúde sobre alimentação saudável e saúde bucal. Foram identificadas crianças com atraso no crescimento e desenvolvimento e com esquema vacinal atrasado, mulheres que nunca haviam realizado exame preventivo do câncer de colo uterino, alta incidência de parasitoses, dermatoses e cáries. Após aprovação do projeto saúde foi implantada uma Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) composta: médico, enfermeira, agente comunitário de saúde e microscopista, complementada com odontólogo e farmacêutico, pela necessidade de outros atendimentos. Constatou-se que as comunidades ribeirinhas estavam sendo negligenciadas em suas necessidades em saúde e que populações ribeirinhas amazônicas requerem o uso de novas abordagens de cuidado para reduzir as vulnerabilidades e iniquidades em saúde, pois as especificidades da região requerem planejamento e financiamento diferenciado para efetivação dos princípios e diretrizes do SUS. Agora essas famílias estão com melhor acesso aos serviços de saúde.
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