Em um programa de pós-graduação stricto sensu em uma universidade da região metropolitana de São Paulo, a disciplina de Saúde Integrativa, que aborda a integração entre a medicina convencional e a não convencional, mostra-se uma experiência transformadora para os estudantes. Durante as aulas, eles desenvolvem uma compreensão ampla do cuidado em saúde, reconhecendo a importância dos aspectos físicos, emocionais e socioeconômicos dos indivíduos. A adoção dessa nova perspectiva reflete a ideia central da medicina integrativa: ultrapassar o modelo convencional para promover uma forma de cuidado mais holística e centrada na pessoa. Essa abordagem promove o diálogo entre diferentes saberes e práticas, priorizando o cuidado centrado na pessoa. Durante o curso, os alunos são apresentados a diversas terapias complementares e alternativas, incluindo Medicina Tradicional Chinesa, Meditação e Homeopatia, entre outras formalmente reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde. Essa exposição estimula os estudantes a examinarem criticamente a relevância e a eficiência dessas terapias no cenário atual da saúde.
Os alunos frequentemente refletiram sobre a importância do autoconhecimento e de diferentes abordagens de cuidado, destacando seu impacto na prática profissional. Muitos relataram que esse conhecimento ampliou sua visão profissional, proporcionando uma vantagem distinta no mercado de trabalho, onde esse aspecto frequentemente é escasso. A reflexão sobre limitações pessoais, autocuidado e escuta ativa e humanizada surge como ferramentas valiosas para o desenvolvimento de profissionais mais empáticos e acolhedores. Entre as principais reflexões compartilhadas pelos estudantes está a importância crítica tanto da interdisciplinaridade quanto da multidisciplinaridade, consideradas essenciais para práticas eficazes de saúde integrativa. Compartilhar experiências de aprendizagem com colegas de diversas áreas — incluindo medicina, biomedicina, psicologia, enfermagem, odontologia, nutrição, engenharia, direito e administração — enriquece a compreensão do cuidado, promovendo uma abordagem mais colaborativa e abrangente. A interação entre diferentes áreas amplia e fortalece relações e percepções, impactando diretamente a qualidade da prática profissional. Apesar da ampla discussão sobre abordagens holísticas e conceitos de cuidado multidisciplinar, existe uma lacuna na implementação desses princípios no atendimento direto ao paciente. Essa desconexão dificulta a integração efetiva das práticas convencionais com as terapias complementares, criando uma estrutura hierárquica relacionada à qualidade das práticas integrativas e convencionais. Para superar essa lacuna, é fundamental fomentar parcerias mais fortes entre instituições de ensino e serviços de saúde. A implementação de diretrizes específicas de colaboração, adaptadas ao contexto, pode facilitar a integração entre teoria e prática, oferecendo aos alunos oportunidades de aplicar o conhecimento teórico em cenários clínicos reais. Essa abordagem reforça a compreensão dos estudantes e melhora a qualidade do cuidado, promovendo uma prática profissional mais coesa e eficaz. A inclusão de atividades práticas, como estágios e projetos de extensão voltados para a saúde integrativa, contribui significativamente para a formação dos alunos, permitindo que a teoria seja aplicada em cenários reais e contextualizada com a realidade das unidades de saúde.
Em síntese, a disciplina de Saúde Integrativa é fundamental para o desenvolvimento de competências técnicas e humanas. A educação em saúde torna-se mais abrangente quando integra diferentes dimensões do cuidado, incluindo práticas integrativas, possibilitando que os profissionais atuem de forma eficaz em contextos cada vez mais complexos. Isso evidencia, de forma crescente, a necessidade da disciplina ser incluída na formação profissional.
In a stricto sensu postgraduate program at a university in the greater São Paulo area, the Integrative Health discipline, which addresses the integration between conventional and non-conventional medicine, proves to be a transformative experience for students. During classes, they develop a broad understanding of healthcare, recognizing the importance of individuals' physical, emotional, and socioeconomic aspects. Adopting this new perspective mirrors the core idea of integrative medicine: moving past the conventional framework to foster a more holistic, person-centered way of caring. This approach promotes dialogue between different knowledge and practices, prioritizing person-centered care. During the course, students are introduced to various complementary and alternative therapies, including Traditional Chinese Medicine, Meditation, and Homeopathy, among others formally recognized by the Sistema Único de Saúde (Brazilian Unified Health System). This exposure encourages students to critically examine the relevance and efficiency of these therapies in the current health landscape.
Students frequently reflected on the importance of self-knowledge and different approaches to care, highlighting their impact on professional practice. Many of them report that this knowledge enhanced their professional outlook, providing a distinct advantage in the job market, where this aspect is often lacking. Reflection on personal limitations, self-care, and active, humanized listening emerge as valuable tools for developing more empathetic and welcoming professionals. Among the key reflections shared by students is the critical importance of both interdisciplinarity and multidisciplinarity, considered essential for effective integrative health practices. Sharing learning experiences with peers from diverse fields — including medicine, biomedicine, psychology, nursing, dentistry, nutrition, engineering, law, and administration — enriches the understanding of care, fostering a more collaborative and comprehensive approach. Interaction across different areas expands and strengthens relationships and perceptions, directly impacting the quality of professional practice. Despite extensive discussion of holistic approaches and multidisciplinary care concepts, a gap exists in implementing these principles in direct patient care. This disconnection hinders the effective integration of conventional practices with complementary therapies, creating a hierarchical structure related to the quality of integrative and conventional practices. To bridge this gap, fostering stronger partnerships between educational institutions and health services is crucial. Implementing specific collaboration guidelines tailored to the context can facilitate the integration of theory and practice, offering students opportunities to apply theoretical knowledge in real clinical settings. This approach reinforces student comprehension and improves care quality, promoting a more cohesive and effective professional practice. Including practical activities, such as internships and extension projects focused on integrative health, significantly contributes to student training, allowing theory to be applied in real scenarios and contextualized with the reality of health units.
In summary, the Integrative Health discipline is crucial for developing technical and human skills. Health education becomes more comprehensive when it integrates different dimensions of care, including integrative practices, enabling professionals to work effectively in increasingly complex contexts. This increasingly highlights the need for the discipline to be included in professional training.