A implementação de um protocolo de passagem de plantão na Residência Terapêutica visa melhorar a comunicação entre as cuidadoras e garantir a continuidade do cuidado prestado aos residentes. Ao enfrentar esses desafios, é possível fortalecer a implementação do protocolo de passagem de plantão na Residência Terapêutica, garantindo uma comunicação eficaz, uma transição suave entre os turnos e, o mais importante, a segurança e o bem-estar dos residentes. Diante disso, foi desenvolvido um protocolo de passagem de plantão no período de 4 meses, na residência tipo 2, localizada no município de Queimadas (PB), sendo o público alvo as cuidadoras deste serviço. Este protocolo visa estabelecer diretrizes claras e eficazes para a comunicação durante a passagem de plantão na Residência Terapêutica, garantindo a continuidade e a qualidade do cuidado prestado aos residentes. O protocolo de passagem de plantão foi desenvolvido pela enfermeira responsável, com o respaldo da coordenação do CAPS. A elaboração do plano de ação para a implementação do protocolo seguiu algumas etapas pré-determinadas. Inicialmente, foi realizado um levantamento das principais dificuldades enfrentadas pelas cuidadoras durante a passagem de plantão, por meio de rodas de conversas e discussões em equipe. Em seguida, o protocolo foi elaborado, contemplando diretrizes claras para a troca de informações entre as cuidadoras durante as passagens de plantão. A fase subsequente consistiu na realização de treinamento e capacitação para os profissionais envolvidos. As atividades de capacitação tiveram início no mês de agosto de 2022 e foram conduzidas na própria residência terapêutica pela enfermeira responsável. Durante esses encontros, foram abordados aspectos como registros de observações, sinais de alerta, administração de medicações e orientações específicas para cada residente.
Algumas questões surgiram durante esse processo: como lidar com a atualização constante das informações sobre os residentes durante o turno? Informações importantes podem surgir repentinamente, exigindo uma comunicação rápida e precisa durante a passagem de plantão. Como garantir uma comunicação eficaz entre a Residência Terapêutica e a equipe multiprofissional do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em casos de eventos significativos ou alterações no estado dos residentes? A falta de um canal de comunicação claro e ágil pode resultar em atrasos na assistência e na tomada de decisões. Como assegurar que todas as informações transmitidas durante a passagem de plantão sejam registradas de forma completa e precisa? A falta de registros adequados pode levar a lacunas na informação e dificultar a avaliação do cuidado prestado.
Foi elaborado um modelo padrão para passagem de plantão com tópicos para check-list, como também espaços para discorrer sobre alguma intercorrência durante o plantão. Foi realizado capacitação individual com cada umas das cuidadoras plantonistas, abordando sobre o protocolo estabelecido e a respeito das diretrizes de passagem de plantão durante 2 meses. A introdução do protocolo de passagem de plantão demonstrou ser uma estratégia eficaz para melhorar a comunicação interna e a coordenação do cuidado na Residência Terapêutica. A padronização dos procedimentos de troca de informações contribuiu para a promoção da segurança do paciente e para a prevenção de eventos adversos relacionados à assistência. Após a implementação do protocolo, observou-se uma melhoria significativa na comunicação entre as cuidadoras durante as trocas de turno. Além disso, a equipe multiprofissional do CAPS relatou uma maior frequência e qualidade das notificações sobre alterações no quadro clínico dos residentes, o que possibilitou uma intervenção mais rápida e eficaz nos casos de emergência ou agravamento do estado de saúde dos pacientes. A sistematização das práticas de passagem de plantão pode contribuir significativamente para a qualidade e segurança do cuidado prestado aos pacientes. A passagem de plantão, enquanto uma rotina crucial do serviço, requer a concepção de novas estratégias. Durante o acompanhamento da implementação do protocolo, observou-se uma resposta positiva por parte das cuidadoras, e os resultados alcançados têm motivado o aprimoramento contínuo deste procedimento. A evolução é notória na melhoria da comunicação, garantindo que as informações sejam transmitidas de maneira padronizada, objetiva e completa.
Essa iniciativa não apenas fortalece a equipe de cuidados, mas também promove uma assistência mais eficaz e centrada no paciente, ressaltando a importância do investimento em práticas que valorizem a comunicação efetiva e a colaboração entre os profissionais de saúde mental.
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