Com a implantação do PROJETO CTA ITINERANTE -Esse Rio é Minha Rua- objetivamos facilitar o acesso a testagem rápida, fazer diagnóstico precoce, minimizar os impactos negativos do estigma e da descriminação associado a essas infecções, em populações de difícil acesso aos serviços. Locais estes onde não exista uma linha de cuidado, melhorando assim a vigilância das doenças sexualmente transmissíveis e hepatites, procurando diminuir morbidade, mortalidade, como também diminuindo os custos com tratamento fora de domicílio (tfd), instituindo um novo modelo de atenção.Outro objetivo associado é a minimização do estigma ao HIV/Aids e hoje das Hepatites e a consequente discriminação, que são formas específicas de violação dos direitos dessas pessoas e de suas famílias. Adicionalmente, ambos podem vincular-se à violação de outros direitos humanos. (Parker & Aggleton, 2003).O estigma social pode impactar na saúde física e mental das pessoas vivendo com HIV/AIDS, uma vez que a angústia e o estresse tende a baixar a imunidade, deixando a pessoa mais sujeita ao adoecimento, afetando inclusive a decisão de realizar o teste, de revelar o diagnóstico para família, amigos e outros. Podendo inclusive dificultar o acesso aos serviços de saúde sendo um complicador na adesão ao tratamento.A hepatite viral é uma epidemia global e silenciosa, não só porque se desenvolve de forma lenta, por anos sem apresentar sintomas, mas também porque acaba por silenciar os pacientes diagnosticados, com medo do preconceito. De acordo com a pesquisa realizada pela ONG Grupo Otimismo e pelo Ministério da Saúde, onde foram entrevistados 1.217 pessoas infectadas com hepatite B ou C na Europa e nas Américas objetivando descobrir, quando e com que intensidade o estigma e a discriminação afetaram sua qualidade de vida, revelou que quase a metade (49,6%) das pessoas infectadas sofreu algum tipo de discriminação, (24,6%) disse que seus parentes começaram a evitar contato físico, e 73,7% que contaram aos seus amigos a respeito da sua condição, quase metade (46,9%) disse que sofreu discriminação e 23,8% disseram que não eram mais convidados para eventos sociais.Com muita frequência, o estigma e a discriminação enfrentados pelas pessoas que vivem com hepatites tem base na falta de entendimento sobre o vírus e sua transmissão. Isso não é apenas prejudicial às pessoas diagnosticadas com a doença, como também desestimula outras pessoas a fazerem exames e buscar tratamento e apoio. Há uma necessidade de educação sobre as hepatites, com o intuito de eliminar esse estigma, diminuindo barreiras e melhorando o acesso ao tratamento e aos cuidados, aqueles que necessitam.

A interiorização da epidemia de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Sífilis, HIV/Aids), e Hepatites Virais, em nosso Município vêm confirmando que a mesma não se concentra apenas nos grandes centros urbanos, mas sim em localidades da Zona Rural. Sendo assim, se fez necessário implementar ações de prevenção a essas Infecções, com o intuito de possibilitar o acesso à prevenção, quebrando desta forma a cadeia epidemiológica e possibilitando o tratamento da população da região das ilhas (população ribeirinha).Abaetetuba, Município pertencente ao Estado do Pará, é parte integrante da Microrregião de Cametá (Mesorregião do Nordeste Paraense). Possui uma área de 1.610,603 Km2, onde se concentra uma população estimada IBGE para 2014, em 148.873 Habitantes. Apresenta geografia bastante complexa, constituída por área rural extensa e de difícil acesso (73 ilhas e 35 colônias), com considerável densidade demográfica. É ainda um Município com população flutuante, onde o fluxo migratório é bastante evidente. O Município está inserido na rota internacional do tráfico de drogas, deixando a população ainda mais vulnerável, onde muitas pessoas, principalmente os jovens, acabam por ter contato danoso com as drogas, potencializando dessa forma, o risco de contrair HIV/Hepatites e outras ISTs.

Vale ressaltar que este projeto teve como base os princípios do Sistema Único de Saúde, SUS, e a relevância do acesso universal, integral, descentralizado e equânime à prevenção e à assistência em saúde. Destacamos ainda, a importância da intersetorialidade nas políticas de saúde. As ações foram desenvolvidas em conjunto e de forma interdisciplinar entre os diversos atores e setores, para a promoção da saúde com maior efetividade sobre o controle da epidemia. Em se tratando de epidemias complexas, as ações de prevenção a essas infecções devem envolver todos os setores da sociedade, a fim de melhorar as condições de educação e vida da população para um viver melhor. Dessa forma fortalecemos parceria com os Centros Comunitários, Agentes Comunitários de Saúde, Sindicatos, Colônias de Pescadores, CRAS, Coordenação Estadual de Hepatites Virais, que apoiaram para o sucesso na execução e desenvolvimento do Projeto.È necessário nesse momento do Projeto, ultrapassar as dificuldades com a distância de algumas localidades, gerando muitas vezes precariedade no acesso aos serviços de saúde. Aprendemos que para fortalecer estas ações é fundamental trabalhar em conjunto, apoiar e sermos apoiadores, estabelecendo novas parcerias e atingindo outras comunidades ribeirinhas e outras comunidades nas estradas da Região, visando à integralidade do cuidado.Vislumbramos a clara necessidade de ações específicas voltadas a estas comunidades, que trabalhem temas como Preconceito, Discriminação e Estigma, visando à minimização do sofrimento psíquico e da vulnerabilidade de pessoas infectadas moradoras dessas localidades. Assim levaremos em frente esse novo Projeto trabalhando na perspectiva da importância do respeito aos direitos humanos das populações mais vulneráveis, como fator crucial na resposta as epidemias.

Principal

Maria Francinete Carvalho Lobato

r.osa.carvalho@hotmail.com

A prática foi aplicada em

Abaetetuba

Pará

Norte

Esta prática está vinculada a

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Maria Francinete Carvalho Lobato

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02 jun 2023

CADASTRO

12 jun 2024

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