- Atenção Primária à Saúde
Tania Maria do Nascimento Jerônimo
- 15 abr 2024
FINALIDADE DA EXPERIÊNCIA: Esse Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes, e a consequente mortalidade por doenças tabaco relacionadas. O Programa utiliza as seguintes estratégias: prevenção da iniciação ao tabagismo, proteção da população contra a exposição ambiental à fumaça de tabaco, promoção e apoio à cessação de fumar e regulação dos produtos de tabaco através de ações educativas e de mobilização de políticas e iniciativas legislativas e econômicas. (BRASIL, 2004).DINÂMICA E ESTRATÉGIAS DOS PROCEDIMENTOS USADOS: Trata-se de um atendimento psicoterapêutico grupal aos usuários com maior dificuldade para mudança de seu padrão de consumo do tabaco ou para atingir a abstinência. Os grupos são abertos, heterogêneos (sexo e idade) e a frequência dos atendimentos é quinzenal. Os atendimentos são realizados no Centro de Saúde Carlos Chagas para todos. A coordenação dos grupos terapêuticos é realizada por dois coordenadores (Enfermeiras da UBS/ESF). Cada grupo (média de 15 usuários) é conduzido durante 5 encontros, sendo que no 3º encontro introduz-se a medicação conforme o perfil de cada paciente. No momento, estão sendo disponibilizados: bupropiona, goma de mascas e adesivos nicotínicos. Os critérios de exclusão nos grupos psicoterapêuticos são: falta nos encontros.INDICADORES/VARIÁVEIS/COLETA DE DADOS: Análise da procura pelo programa, assiduidade dos participantes inscritos no programa e eficácia dos resultados esperados. Discussão com grupo e equipe coordenadora, sobre a estratégia usada e novas ações a serem implementadas. Observação do perfil do paciente que adere ao programa, bem como o perfil dos que alcançam os melhores resultados.OBSERVAÇÕES/AVALIAÇÃO/MONITORAMENTO: A supervisão dos pacientes que participaram do programa antitabagismo fica sob responsabilidade da coordenadora, com agendamento de consultas individuais e encontros anuais com o grupo, bem como a solicitação de coleta de dados pelo ACS que acompanha o paciente, sendo ele da área de abrangência daquela unidade de referencia ou não.
O tabagismo tornou-se uma das preocupações mundiais, considerado como uma doença epidêmica em função da dependência de nicotina e classificado como transtorno mental e comportamento decorrente do uso de substâncias psicoativas pela Classificação Internacional de Doenças Décima Revisão (CID 10). (BRASIL, 2004). É reconhecido como uma doença epidêmica que causa dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína. A dependência ocorre pela presença da nicotina nos produtos à base de tabaco. A dependência obriga os fumantes a inalarem mais de 4.720 substâncias tóxicas, como: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, além de 43 substâncias cancerígenas, sendo as principais: arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas. Devido a sua toxidade, o total de mortes no mundo, decorrentes do tabagismo, é atualmente, cerca de cinco milhões ao ano. No Brasil, são estimadas cerca de 200 mil mortes/ano em consequência do tabagismo (BRASIL, 2004). Segundo o Instituto Nacional do Câncer – Inca, o Brasil tem 25 milhões de fumantes – 19 milhões considerados dependentes. O combate à dependência pode ser bancado pelo Governo Federal, por meio do Sistema Único de Saúde – SUS. Desde o final da década de 1980, sob a ótica da promoção da saúde, a gestão e a governança do controle do tabagismo no Brasil vêm sendo articuladas pelo Ministério da Saúde através do INCA, o que inclui as ações que compõem o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). O Programa conta com um processo de descentralização e parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, seguindo a lógica do Sistema Único de Saúde (SUS). As Secretarias Estaduais de Saúde possuem uma Coordenação do Programa de Controle do Tabagismo, descentralizando as ações para seus respectivos municípios. O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco, seguindo um modelo no qual ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, associadas às medidas legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação de fumar e proteger a população da exposição à fumaça ambiental do tabaco. O Plano para Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo no SUS, aprovado pela Portaria SAS/MS 442/04 foi dividido nos seguintes tópicos: rede de atenção ao tabagista
SUGESTÕES DE APLICABILIDADE/IMPACTOS: É fundamental que a abrangência do programa chegue a 100% das unidades de saúde e Equipes de Estratégias Saúde da Família, para que mais pessoas possam ser beneficiadas com os efeitos positivos do Programa Antitabagismo tanto da área urbana quanto área rural, uma vez que o tabagismo hoje leva a morte cerca de 5 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo, sendo considerado uma doença atualmente epidêmica, que causa comprometimento da renda familiar pelo financiamento do vício e altas despesas ao SUS na assistência hospitalar aos agravos causados pelo uso ativo e também passivo do tabaco por longo período de tempo.No tratamento do tabagismo, é fundamental a criação de um espaço, onde o sujeito poderá pensar e criar novas possibilidades de vínculo, novas possibilidades de expressão e questionar as relações intersubjetivas que estabelece com o mundo. Considera-se também, que o tabagismo é um modo de subjetivação na atualidade que privilegia o silenciamento do sujeito e a ruminação de ideias (BIRMAN, 2001). Formas de subjetivação que encontram no ato de fumar uma saída para suas angústias e solidão. Esses sujeitos iniciam o tratamento, considerando-se culpados, errados, desviantes, sem perceber que a oferta da droga foi construída pelo laço social e pela divulgação na mídia de imagens idealizadas de indivíduo fume e seja feliz. Portanto, o tratamento deverá levar em conta as condições sociais que favorecem esse fenômeno, desconstruindo a concepção individualizante e por consequência, culpabilizante do usuário.
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