- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
:A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as plantas medicinais como importantes instrumentos da assistência farmacêutica, e por meio de vários comunicados e resoluções, vêm demonstrando sua posição a respeito da necessidade de valorizar a sua utilização. Observa-se que, nos países em vias de desenvolvimento, 70% a 90% da população depende do uso de plantas medicinais para seu próprio cuidado em saúde (WHO, 1993).
Atualmente, existem instrumentos norteadores para o desenvolvimento de programas com plantas medicinais no SUS, como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) com diretrizes e linhas de ação para Plantas Medicinais e Fitoterapia e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. A necessidade de inclusão do serviço e comunidade no universo fitoterápico, em consonância com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a PNPIC, motivou o desenvolvimento de um projeto que pudesse envolver a comunidade e os profissionais de saúde nas suas diversas etapas de implantação: a realização de oficinas temáticas, a definição e plantio de mudas e a manutenção do Jardim Terapêutico. A meta principal deste trabalho é descrever o projeto de intervenção da implantação do Jardim Terapêutico na Unidade Básica de Saúde de São Cristóvão (UBSSC) e o envolvimento de diversos atores da equipe da UBSSC e da comunidade.
A implantação de espaços como o Jardim Terapêutico, com diversas espécies de plantas medicinais pode ser uma excelente ferramenta para trabalhar a utilização de recursos naturais e sustentáveis em busca da qualidade de vida e saúde. Também contribui na divulgação e informação aos profissionais de saúde, gestores e usuários sobre os conhecimentos básicos a respeito das plantas medicinais e fitoterápicos. Além disto, os Jardins podem ser utilizados como locais de aglutinação cultural e educação popular além de possibilitar ações terapêuticas com diversos grupos como pacientes hipertensos e em acompanhamento de saúde mental. O desenvolvimento de projetos com plantas medicinais depende de articulação e parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente, a Secretaria de Saúde e outros órgãos ligados ao cultivo de plantas. Observamos que houve grande aceitação, tanto dos funcionários da USSC quanto da comunidade, para o desenvolvimento do Jardim Terapêutico, a resposta da comunidade ao projeto vem se ampliando positivamente, com maior participação de usuários. A adesão e identificação da comunidade com o tema é mais uma garantia de que os esforços empenhados até o momento podem produzir cada vez mais sucesso a aplicação das ações propostas pela PNPIC. No entanto, atualmente a demanda por solicitação mudas de plantas é superior a capacidade de produção das mesmas no viveiro municipal. Em continuidade aos esforços de implantação das diretrizes descritas na PNPIC, fica o desafio de fortalecer o apoio institucional aos equipamentos que desenvolvem projetos locais na área temática, a alocação de recursos específicos para o desenvolvimento e sustentação dessas ações, a ampliação da formação de profissionais de saúde e áreas afins e a ampliação do uso de medicamentos fitoterápicos na rede do SUS.
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