Implementação de serviços farmacêuticos a pacientes com asma em pronto atendimentos de Porto Alegre

O desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS) impõe aos gestores e aos profissionais de saúde o desafio da garantia da integralidade do cuidado. Em relação à asma, pesquisa mundial demonstrou baixa adesão aos tratamentos, embora existisse grandes variações entre países, as taxas de não adesão entre os pacientes com asma variam de 30 a 70%, entretanto verifica-se que as taxas de adesão para o cumprimento dos tratamentos preventivos regulares são de apenas de 28% em países desenvolvidos. A baixa adesão à medicação entre os idosos com asma moderada gera um aumento de 5% em consultas médicas anuais, enquanto a melhor aderência reduz a 20% na hospitalização anual. Isso representa uma uma significativa economia de custos potenciais para a sociedade, além de melhorar a qualidade de vida e desempenho produtivo de pessoas afetadas.

Implementar serviços clínicos farmacêuticos destinados a pacientes com asma. Promover ações de educação em saúde para uso dos dispositivos inalatórios orais e interligar as informações relacionadas aos medicamentos dos pacientes com asma atendidos. O projeto foi desenvolvido em 3 unidades de pronto atendimento na cidade de Porto Alegre entre o período de 6 de junho a 16 de novembro de 2018. Para os atendimentos foram contratados e treinados 3 farmacêuticos exclusivamente a esse fim. O farmacêutico era responsável pelo atendimento do paciente com asma encaminhado pela equipe assistencial após o atendimento de urgência ou emergência. Durante a consulta farmacêutica, foram utilizados formulários padronizados para avaliação do controle sintomático e orientação da correta técnica inalatória, buscando melhores resultados de saúde. Os pacientes crônicos eram reavaliados para monitorar o impacto das intervenções após um período de 20 a 30 dias.

Foram realizadas 237 avaliações sintomáticas de asma, com que metade dos pacientes classificados como não controlados, e prestados 241 atendimentos especializados para educação do uso de dispositivos orais, sendo que 96,6% dos pacientes relataram ser a primeira vez que recebiam esse tipo de atendimento. Broncodilatadores eram utilizados por 96% dos atendidos, mas apenas 19,7% possuíam prescrição de corticoide inalatório e 57,6% dos pacientes não possuíam regime posológico de crise. Dos atendidos, 24,1% foram encaminhados à atenção básica para revisão da terapia. O comparativo dos períodos de maio a setembro dos anos de 2017 e 2018 apresentou redução nas internação nos pronto atendimentos pelos CID J459 (-8,1%), J441 (-3,3%) e J449 (-22,9%). Os resultados demonstram o que já é sinalizado pela literatura em que o farmacêutico tem papel significativo na transição dos níveis de cuidado e impacto na saúde das pessoas nessa linha de cuidado devido à complexidade de uso dos medicamentos de escolha para asma.

Principal

Leonel Augusto Morais Almeida

areafarmaceutica@sms.prefpoa.com.br

Coautores

Pauline Soares Ferrugem, Mariana Ferraz Rodrigues, Ana Lúcia Reichelt Ely, Vinícius Cioffi Altnetter

A prática foi aplicada em

Porto Alegre

Porto Alegre

Porto Alegre

Rio Grande do Sul

Sul

Esta prática está vinculada a

Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Pablo de Lannoy Sturmer

Conta vinculada

23 set 2023

CADASTRO

03 jul 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

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