- Vigilância em Saúde
ROSINETE FEITOSA NASCIMENTO
- 20 set 2024
Amapá
A COVID-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Em março de 2020, foi declarada a transmissão comunitária em todo o território nacional. Com base nas evidências atuais, sua transmissão ocorre principalmente entre pessoas por meio de gotículas respiratórias ou contato com objetos e superfícies contaminados. O Município de Amapá, com uma população estimada em 8.842 habitantes pelo IBGE (2019), registrou o primeiro caso notificado com suspeita de COVID-19 no dia 6 de abril de 2020 até o dia 25 de agosto de 2020, 812 casos foram notificados, dos quais 487 (60%) testaram positivo, e 4 vieram a óbito, resultando em uma taxa de letalidade de 1%. O município apresenta uma média mensal de 2 hospitalizações em leitos clínicos. Devido à gravidade e à elevada transmissibilidade da COVID-19, esses números são expressivos e preocupantes. Para controlar a disseminação do vírus e, consequentemente, reduzir e/ou eliminar em tempo hábil o número de hospitalizações e óbitos, a Secretaria Municipal de Saúde implantou diversas estratégias de prevenção e controle. Entre essas estratégias, destaca-se o monitoramento de casos suspeitos e/ou confirmados de COVID-19. Essa ação visa prevenir agravamentos, detectar e acompanhar precocemente novos casos, além de estreitar o elo de confiança entre a equipe de saúde e a população. Dado que a COVID-19 causa danos físicos e psíquicos por suas incertezas, o monitoramento também fortalece as medidas de prevenção sanitária, essenciais para a tão almejada eliminação da doença.
Prevenir hospitalizações e/ou óbitos decorrentes de complicações da COVID-19 é uma prioridade que pode ser alcançada através do monitoramento eficaz de casos suspeitos e/ou confirmados. Para isso, equipes de saúde qualificadas intervêm precocemente, detectando possíveis agravamentos. Além disso, o acompanhamento dos contactantes é fundamental para identificar, de forma oportuna, novos casos em indivíduos assintomáticos por meio da realização de testes rápidos. Essa abordagem não apenas reduz a subnotificação, mas também interrompe a cadeia de transmissão, contribuindo para o controle da pandemia.
Com a implementação do monitoramento contínuo, os resultados obtidos em cada ação têm sido significativos. A adoção de medidas profiláticas e o acompanhamento casa a casa resultaram na quebra da cadeia de transmissão, refletindo diretamente na redução do número de casos notificados mensalmente, o que impactou positivamente todos os outros indicadores epidemiológicos. Observou-se um decrescimento expressivo no número de casos confirmados de COVID-19 ao longo dos meses, onde o cenário pandêmico evoluiu da seguinte forma: em abril, foram confirmados 9 casos (1,8%), em maio, 206 casos (42,3%), em junho, 161 casos (33%), em julho, 66 casos (13,5%) e em agosto, 46 casos (9,4%). Além disso, nos meses de junho, julho e agosto, não houve registro de óbitos, e o número de hospitalizações permaneceu estável, com uma média de 2 casos por mês (0,25%) em leitos clínicos de média complexidade, sendo que a taxa de hospitalização esperada pelo Ministério da Saúde é de 1 a 2%. A estratégia de captura de contatos e a realização de testes rápidos no domicílio contribuíram para um maior número de casos concluídos por diagnóstico laboratorial (PCR e Teste Rápido). Dos 812 pacientes notificados, 487 (60%) tiveram diagnóstico confirmado, 237 (29,2%) foram não detectáveis e, até o momento, 88 (10,8%) aguardam resultados de exame PCR ou critérios para realização do teste rápido. A taxa de pacientes recuperados está em 82,2%, com critérios rigorosos para alta sendo avaliados, incluindo bem-estar físico, atividade respiratória satisfatória, entre outros aspectos. Esses resultados destacam a eficácia das medidas adotadas e o comprometimento das equipes de saúde no combate à pandemia no município de Amapá.
O monitoramento em tempo real dos casos notificados, sejam confirmados e/ou suspeitos, bem como de seus contatos, desempenha um papel crucial na resposta à pandemia no Município de Amapá. Essa abordagem evita a defasagem de informações e a circulação de pessoas com possível risco de transmissão, permitindo uma identificação mais precisa de como o vírus está se propagando. Isso, por sua vez, facilita a elaboração e implementação de estratégias eficazes para reduzir a disseminação da doença. Ao adotar essa prática, o município conseguiu salvar vidas e prevenir agravamentos, colhendo os benefícios de uma estagnação no número de casos de COVID-19. A antecipação nas ações de monitoramento tem sido essencial para controlar a pandemia na região, demonstrando a importância de um acompanhamento contínuo e bem estruturado na luta contra o vírus.
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