No início do ano de 2017, um grupo de pais e responsáveis por crianças e adolescentes portadores de diabetes tipo I do município de Serafina Corrêa (RS) procurou a gestão para propor a formação de um grupo de educação em saúde. O intuito dos pais era compartilhar conhecimentos para melhorar a qualidade de vida das crianças e adolescentes que convivem com as dificuldades da doença, buscando também no município espaços de cuidado para as necessidades dos portadores. o grupo foi se reunindo, agregando profissionais, partilhando experiências. Fizemos encontros bimensais ou conforme a necessidade, estimulando especialmente o protagonismo dos participantes. Os momentos vividos juntos são de muito aprendizado, troca de saberes e experiências. o grupo hoje se vê como uma grande família, que se ajuda nas dificuldades, que comemora as vitórias e cuidam um dos outros.
Dividir e compartilhar o viver com diabetes mellitus tipo I, tendo como foco principal as famílias e pacientes de crianças/adolescentes do município de Serafina Corrêa, estimulando seu protagonismo. Compreender como ser criança/adolescente com diabetes é complexo foi o ponto de partida para muitas reflexões. Outro ponto importante foi o apoio a essas famílias que mesmo compreendendo as dificuldades, não conseguem controlar atitudes como comer escondido e mentir os valores da glicemia capilar. Problemas que antes do grupo pareciam isolados, no momento das conversas tornam-se comuns e como cada família tenta resolvê-los também. Os encontros são bimensais e o próprio grupo, conforme a necessidade, convida profissionais, pessoas para dar seu depoimento, oficina de culinária, prática de caminhada, almoços compartilhados, piquenique. as atividades variam visando contemplar o momento e a necessidade dos participantes.
Como resultado conquistamos da gestão a contratação de uma endocrinologista para acompanhamento clínico dos pacientes. O conhecimento de vários aspectos da doença e como lidar com eles da melhor forma, o auxílio quando necessário para as faltas de insulina (quando um paciente tem sobrando empresta para outro que necessita), a melhoria dos níveis e controle da glicemia dos pacientes, o apoio mútuo e a formação de uma grande família unida pelo mesmo motivo: a qualidade de vida com o diabetes. A cada encontro ganhamos mais pessoas, mais apoio e mais admiradores. A educação em saúde precisa ser promovida para os usuários e suas necessidades. No grupo podemos sentir a aprendizagem realmente significativa. Os grupos de saúde formados a partir da necessidade da população são mais fortes e tornam-se realmente um espaço de cuidado compartilhado. Estimular o protagonismo na comunidade pode ser um desafio bem interessante para as equipes de saúde e deve ser pensado como proposta de gestão, pois tem resultados muito positivos.
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