Tratamento integrativo da disfunção temporomandibular: alternativas para equilíbrio e bem-estar

A disfunção temporomandibular (DTM) representa a principal causa de dor não dentária da região orofacial. Uma abordagem conjunta entre a saúde bucal da atenção primária e a atenção especializada do município de São José do Vale do Rio Preto viabilizou atendimento ambulatorial para promover melhora na qualidade de vida de pacientes com DTM. Além de práticas terapêuticas convencionais, o serviço oferece Práticas Integrativas e Complementares.
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi aprovada através da Portaria GM/MS nº971, em 2006 onde, entre outras considerações, cita: “A Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde, inserida na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença. Pode ser usada de forma isolada ou integrada com outros recursos terapêuticos.”
A Acupuntura é uma terapia integrativa e complementar que tem sido amplamente utilizada no tratamento das DTMs.
Em dezembro de 2023 foi realizada uma aula sobre a disfunção temporomandibular, abordando possíveis causas, tratamentos e diagnóstico, visando nortear os dentistas da atenção básica sobre casos passíveis de receberem tratamento no SUS. Após triagem e organização, em junho de 2024 iniciou-se o atendimento especializado ao público-alvo, o que ocorre até os dias de hoje. Os encaminhamentos são realizados através de fluxo para referência e contra-referência entre a Atenção Básica e Atenção Especializada. Além da acupuntura, a prescrição de homeopáticos, tratamento fisioterapêutico e medicamentoso também se mostram eficazes no controle da dor causada pelas disfunções, buscando o equilíbrio físico, mental e emocional do paciente.
O objetivo geral é articular, junto a gestão local, a implantação de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) como parte do tratamento odontológico. Dentre os objetivos específicos listamos: promover a qualidade de vida de pacientes com DTM através do correto diagnóstico e sua abordagem terapêutica no âmbito do SUS; ofertar através das práticas integrativas e complementares o tratamento da DTM e fortalecer ações e serviços de PICS na Rede de Atenção a Saúde (RAS).

Através da educação permanente, ampliou-se o leque de opções terapêuticas e o olhar sobre o processo saúde-doença em pacientes que possuem a Disfunção Temporomandibular. Todos os profissionais das Equipes de Saúde Bucal da Atenção Primária foram capacitados para a abordagem e captação dos pacientes eletivos ao tratamento. As ações a serem realizadas pela Atenção Básica incluem anamnese detalhada, diminuição do quadro álgico através de orientações (relaxamento, orientações posturais, termoterapia, terapêutica medicamentosa) e encaminhamento ao Centro de Especialidades Odontológicas para a Especialidade de DTM.
A natureza multifatorial da DTM faz com que seu tratamento seja complexo, variável, devendo ser definido de forma personalizada. A maioria dos pacientes relata alívio dos sintomas principais a partir de tratamentos não invasivos, onde podemos citar: inativação dos pontos de gatilho, tratamento medicamentoso, acupuntura e prescrição de homeopáticos.
Após controle do quadro álgico no CEO, o paciente é contrarreferenciado a ESF para tratamento odontológico, quando necessário.
O Setor de Fisioterapia Municipal atende também pacientes encaminhados pelo Setor de Odontologia, estimulando e garantindo a intersetorialidade no tratamento da DTM.

A interação entre a gestão, pesquisas e monitoramento de resultados permite avaliar os benefícios, riscos e custos na busca por solução de problemas relevantes. Apesar do número limitado de pacientes atendidos no ambulatório, já se pode notar melhora nos quadros álgicos de 100% dos pacientes assistidos. Houve redução significativa da dor, melhora na função muscular e diminuição do estresse emocional com o uso da acupuntura. A homeopatia também promoveu alívio de sintomas crônicos, de forma terapêutica complementar.

Durante a consulta em Odontologia, a equipe deve olhar de forma holística e integral cada paciente que procura o serviço, visto que, tanto problemas dentários como disfunções são decorrentes de desequilíbrios físicos e emocionais. Assim, a Educação Continuada voltada ao olhar humanizado e treinamento técnico possibilita o dentista do SUS a expandir o conhecimento e aplicá-lo de forma eficaz em benefício da população. É de suma importância que o município entenda a disfunção temporomandibular como algo crônico. Sugere-se, assim, a inclusão das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde como parte do tratamento odontológico.

autor Principal

Vanessa Quintas Ribeiro

vanessaquintasribeiro@gmail.com

Coordenadora de Saúde Bucal

Coautores

Vanessa Quintas Ribeiro, Jussara Helena da Silva Paula, Ivan Zanatta Filgueiras, Cíntia Machado Souto.

A prática foi aplicada em

São José do Vale do Rio Preto

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Prefeitura Municipal de São José do Vale do Rio Preto - Rua Professora Maria Emilia Esteves - Centro, São José do Vale do Rio Preto - RJ, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Vanessa Quintas Ribeiro

Conta vinculada

22 mar 2025

CADASTRO

22 mar 2025

ATUALIZAÇÃO

08 dez 2023

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