- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
Atualmente mais de 33.000 pessoas aguardam algum órgão para transplante no Brasil. A disponibilidade de órgãos é insuficiente resultando em 2.300 mortes por ano, dentre elas 100 crianças. Nos casos de ME, 11% dos pacientes sofrem PCR durante o protocolo para diagnóstico de ME, inviabilizando o órgão para transplante. Perde-se 14% dos potenciais doadores também devido contraindicações clínicas para doação, mas a principal causa da não efetivação das doações de órgãos é a recusa familiar que chega a 46%. em 2015 SC possuía 637 pacientes aguardando transplante. O Hospital Municipal São José (HMSJ) era o terceiro hospital em doação de órgãos em SC. Das 54 notificações de ME, 23 se converteram em doação de órgãos (43%). Os demais casos se distribuem em 17 recusa familiar para doação (31%), 5 casos de PCR (9%) e 6 contraindicações para doação (11%). Esse desequilíbrio do baixo número de órgãos disponíveis para transplantes e os 637 pacientes inscritos em lista de espera justificou e motivou esse trabalho.
GERAL: Aumentar a conversão das ME em doação de órgãos no HMSJ. ESPECÍFICOS: • Profissionalizar a CHT do HMSJ • Criar rede de cooperação entre a CHT e os profissionais das Unidades de Pacientes Críticos • Humanizar o acolhimento das famíl o coordenador da CHT do HMSJ participou do Curso Master en Donacion y Trasplante durante o período de fevereiro e março de 2016 no Hospital La Fe de Valencia. Após a conclusão, realizou-se o planejamento para implantação das ações estratégicas. Iniciou-se com o fortalecimento da relação da CHT com os profissionais das unidades de pacientes críticos. Outra ação é o Programa de Garantia de Qualidade que se trata de mensurar e analisar todos os indicadores do hospital relacionado à mortes por lesão neurológica e a terceira estratégia adotada e principal é a humanização do acolhimento da família do potencial doador de órgãos. Essas estratégias foram aplicas a partir de Abril de 2016 pelos 5 enfermeiros da CHT, coordenados pela CET.
Após a aplicação das estratégias do modelo espanhol em doação de órgãos no HMSJ no período de abril/2016 a dezembro/2017, obtivemos melhorias em todos os indicadores. Observamos aumento das doações de órgãos em 20%. A recusa familiar diminuiu 2% devido ao acolhimento humanizado e o índice de PCR diminuiu em 5% com a aplicação de protocolos de manutenção do potencial doador nas unidades de pacientes críticos. Esse protocolo influenciou na diminuição em 7% da contraindicação. E o resultado de tudo isso se resume em mais de 150 pacientes retirados da lista de espera para transplante em SC. Além de vidas salvas, redução de gasto de recursos públicos, pois é menos oneroso transplantar que tratar a insuficiência de um órgão.Pela primeira vez o HMSJ é destaque na mídia como líder em doação de órgãos e isso influencia a população, fazendo novos doadores. Mais de 1.000 profissionais e estudantes da Área da saúde foram capacitados neste período, gerando multiplicadores da causa da doação de órgãos. o HMSJ possui a CHT com maior tempo de atuação em SC. Através da profissionalização e educação em saúde com a população, seguimos rumo a extinguir a fila para transplante de órgãos.
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