Desafios e estratégias para o alcance das coberturas vacinais da Unidade Básica de Saúde Mãe Pobre

Durante muitos anos no município de Itabaiana, Paraíba, as ações de imunização ocorriam de forma centralizada na Policlínica Municipal. Seguindo as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI), em meados 2019, o município iniciou o processo de descentralização com a implantação das salas de vacinas nas unidade básicas de saúde. Mediante as mudanças, várias dificuldades foram verificadas, principalmente na conscientização dos pais ou responsáveis pelas crianças a serem imunizadas em se direcionarem as salas de vacinas das unidades básicas de saúde. Tais dificuldades foram apresentadas por questões culturais da população de sempre optarem por procurar o ponto focal que ficava dentro do território de abrangência da nossa unidade, principalmente no que diz respeito a vacinação de 2 a 6 meses, na qual engloba justamente as vacinas de poliomelite. Mediante algumas estratégias assertivas utilizadas pela equipe, as dificuldades culturais foram superadas, no entanto posteriormente, tivemos o fato de enfrentarmos a pandemia o que levou também a diminuição da procura na UBS, tendo novamente uma queda nas coberturas vacinais, necessitando da implementação de novas estratégias para a retomada das altas coberturas vacinas. A população estimada de Itabaiana no ano de 2020 é de 24.419 habitantes (DataSUS/Tabnet) em uma área territorial de 218,85 Km2 e com densidade demográfica de 112 hab/km2.

Diante á crise sanitária vivenciada da covid-19, para atender as diferentes demandas que surgiram, o processo de trabalho em saúde precisou ser significativamente readequado, em consequência das restrições logísticas e espaço-temporais, tais como novas formas de desenvolvimento de atividades pela equipe na Atenção Primária a Saúde e o próprio isolamento social da comunidade, assim a secretaria de saúde fez as primeiras normativas para unidades de saúde. Onde foram adotadas estratégias para a requalificação do trabalho as saúde, com manutenção dos atributos essenciais da APS, em tempos de enfrentamento da pandemia da covid-19. Neste tempo de pandemia, as ações foram importantes para evitar a propagação pelo novo Coronavírus, especificamente para a vacinação a unidade básica de saúde passou a trabalhar com um cronograma de ações, com o agendamento da vacinação para o dia programado, o que foi um desafio, diante principalmente do medo dos pais exporem os filhos, tendo em vista que os sintomáticos respiratórios também procuravam a unidade de saúde.

Dessa forma, os profissionais da UBS Mãe Pobre responsáveis pela vacinação, preocupados com a situação vacinal de cada criança, e com o perigo no qual estavam correndo em não estarem imunizadas, decidimos elaborar outra ação (desta vez uma ação prática) para então tentar sanar esse atraso e resistência. Relacionamos todas as crianças que ainda não tinham tomado a vacina, preparamos a caixa térmica de acordo com a vacina que cada criança necessitava (poliomelite e algumas que também estavam em atraso), e seguindo os protocolos para que não fosse comprometida a qualidade da vacina, fomos casa à casa em busca das crianças, mais uma vez com uma ação de conscientização dos pais, e já vacinando no domicílio, pois existiam pais que relatavam que iriam trazer em nossa unidade para que fosse feita e vacina e não traziam; então com essa ação de oferecer a vacina no domicílio, além de proporcionar a comodidade dos pais não precisarem sair de casa para imunizarem seus filhos, sempre tínhamos sucesso na realização da vacina. Como forma de rever os prejuízos resultantes da pandemia foram incorporados a prática da Unidade busca ativa domiciliar, vacinação domiciliar, conscientização em sala de espera e divulgação midiática através das redes sociais, carro de som e rádio.

Com isso, através desta ação, conseguimos a cobertura vacinal e além disso, conseguimos também atingir a meta do indicador de vacina no Programa Previne Brasil. Conquistamos a confiança dos pais e hoje em dia já conseguimos vacinar em nossa UBS, raramente necessitamos ir novamente, porta à porta, somente quando percebemos que a vacina de rotina da criança está com mais de 10 dias de atraso, com isso acionamos o Agente Comunitário de Saúde e fazemos a visita compartilhada.

Principal

Flávia Ramos de Almeida

Coautores

Flávia Ramos de Almeida

A prática foi aplicada em

Itabaiana

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Unidade Básica de Saúde Mãe Pobre

Itabaiana, PB, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Conta vinculada

ideiasus@gmail.com

23 dez 2023

CADASTRO

08 set 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

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