Cuidado à saúde das tabagistas em privação de liberdade: um compromisso coma promoção da equidade

A prática se configura na construção de uma linha de cuidado e atenção á saúde das tabagistas em situação de privação de liberdade do Presídio Feminino de Campina Grande. Com a inclusão da abordagem mínima ao tabagista nas consultas de rotina, foi possível realizar um mapeamento capaz de diagnosticar um panorama onde de uma população total de 76 reeducandas, 61 reconheciam-se fumantes, traçando assim um preocupante cenário de demanda de intervenções. Diante do levantamento epidemiológico quantitativo da etapa anterior. Foi realizada a aplicação de uma adaptação da ficha de anamnese clínica para avaliação inicial do tabagista desenvolvida pelo INCA. Posteriormente, através de discussão entre equipe, as tabagistas puderam ser estratificadas em pelo menos 3 perfis: 1 – fumantes sem desejo de parar o fumo, 2 – fumantes que desejam parar após o cumprimento da pena, 3-fumantes que desejam parar em até 4 semanas. Dois ciclos de intervenções foram pensados. Um deles voltado a ações baseadas na Educação em Saúde e o outro relacionado à inserção na abordagem intensiva ao fumante. Considerando as especificidades de cada tabagista, considerando a heterogeneidade do processo de dependência e os perfis discutidos, dois caminhos para a condução do tratamento do tabagismo dentro do presídio foram pensados. O primeiro deles foi baseado nos princípios da Educação em Saúde, e promoveu através de palestras a respeito da temática do tabagismo o estímulo do desenvolvimento do senso de auto responsabilidade sobre a saúde. E foi direcionado àquelas tabagistas sem o desejo da parada do fumo e as que visualizam a parada após cumprimento da pena. O segundo ciclo, foi direcionado as fumantes que desejam parar em até 4 semanas. E consistiu na inserção da abordagem intensiva ao fumante, que segue o protocolo validado pela Portaria nº 761 de 21/06/16 do Ministério da Saúde, que, por sua vez, baseou-se na abordagem cognitivo-comportamental e consiste em sessões individuais ou em grupo de apoio, coordenados por 1 a 2 profissionais de saúde, seguindo um esquema de acompanhamento.

Atravessados sobretudo pelo princípio da integralidade do cuidado, um olhar sobre a população em situação de privação de liberdade foi lançado, uma vez que, mediante relatório dos profissionais de saúde da unidade lotada no presídio feminino do município, foi apontada a prevalência de uma população fumante de 80,2%. A partir disso, fomos convidados a reforçar nosso compromisso de reconhecer e manejar todo o leque de necessidades que englobam o cuidado integral à saúde dos tabagistas em situação de privação de liberdade, visto que, essa população em situação de privação de liberdade configura um grupo de acesso a saúde historicamente marcado por dificuldades.

A reaplicação da prática justifica-se pela importância da implementação de uma linha de cuidado para a atenção integral aos tabagistas inseridos em um contexto onde o cigarro desempenha um papel extremamente complexo e específico, seja de moeda de troca entre as reeducandas seja de escape para a lida com sofrimento psíquico. A importância da realização de um trabalho que envolva uma equipe multidisciplinar é fundamental para o êxito.

Principal

Byanka Alves de Andrade Sousa

byankaalvesdeandrade@gmail.com

Coautores

Byanka Alves de Andrade Sousa

A prática foi aplicada em

Campina Grande

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Presídio Feminino de Campina Grande.

Av. Assis Chateaubriand - Estacao Velha, Campina Grande - PB, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Byanka Alves de Andrade Sousa

Conta vinculada

02 jun 2023

CADASTRO

30 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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