Espaço de interlocução, compartilhamento e multiplicação de experiências pautadas na escuta, no espírito de equipe, na participação social, da comunidade e do familiar e no protagonismo do usuário.
A saúde mental se constituiu, ao longo do processo de reforma psiquiátrica, num campo de envolvimento de vários saberes, estabelecendo interlocução com outros setores de fora da área da saúde. Com o princípio da inter e transetorialidade estabeleceu trocas e diálogos com outras áreas que contribuem para efetivação de políticas públicas fundamentadas em estratégias de inclusão, participação, protagonismo, emancipação, cidadania e direitos humanos.
Poucos campos de conhecimento e atuação na área da saúde são tão vigorosamente complexos e plurais como o da saúde mental, que tem promovido uma proposta de expansão do conceito de saúde e de cuidado, um cuidado ampliado que passa não apenas pelos dispositivos e serviços internos à área da saúde, mas também externos, diretamente articulados ou não com a mesma. Sem dúvida, a saúde mental tem trazido para o campo da saúde pública como um todo e muito especialmente ao da saúde coletiva, a concepção de escuta, do espírito de equipe, da participação social, da comunidade, do familiar e muito originalmente o protagonismo do usuário, não mais como objeto de tratamento, mas como sujeito e ator estratégico desse processo.
Essa concepção ampliada das noções de saúde e de cuidado tem se demonstrado fundamental durante o advento da pandemia da Covid-19, pela sua capacidade de disparar respostas coletivas de organização e mobilização social.
A ideia de criar essa comunidade é a de dar organicidade, um espaço de interlocução, compartilhamento, conhecimento e reconhecimento das experiências e multiplicação dessas práticas. É acima de tudo uma estratégia permanente de trocas, de reflexão, cooperação e retroalimentação. Estamos dando início a essa comunidade convidando a todas as pessoas que participam de experiências locais de saúde mental que queiram aderir à mesma.