A experiência foi implementada em Petrópolis/RJ, contemplando Unidades Básicas de Saúde, um Centro de Saúde e um Ambulatório LGBT. As ações alcançaram bairros periféricos com barreiras de acesso à saúde, além da área central. Foram realizadas capacitações presenciais nos serviços de saúde, oficinas comunitárias em territórios de maior vulnerabilidade e supervisões técnicas in loco nas unidades que executam testagem rápida.
Até o momento, 12 unidades de saúde foram visitadas, e a estratégia será expandida para todas as que realizam testagem rápida no município.
Objetivo geral: Ampliar o acesso e a qualidade da prevenção combinada ao HIV.
Objetivos Específicos:
• Descentralizar a PrEP para APS, Centro de Saúde e Ambulatório LGBT.
• Capacitar profissionais para oferta de PrEP e execução de TR.
• Supervisionar a testagem rápida com visitas, checklist e relatórios.
• Apoiar tecnicamente municípios do RJ na implantação da PrEP.
• Promover ações comunitárias com foco em populações-chave.
Ações Realizadas:
Descentralização da PrEP: implantação de fluxos assistenciais em 5 serviços, incluindo UBS, Centro de Saúde e Ambulatório LGBT, priorizando territórios periféricos. Público: jovens, pessoas trans, HSH e população LGBT. Alcance: 5 serviços municipais habilitados.
Capacitação profissional: realização de capacitações teórico-práticas, presenciais e virtuais, em prevenção combinada e fluxos de PrEP. Público: profissionais da APS, gestores, farmacêuticos, médicos e enfermeiros. Alcance: aproximadamente 300 profissionais capacitados.
Supervisão da testagem rápida: realização de 12 visitas presenciais em unidades de saúde com checklist (organização, armazenamento, rastreabilidade, conhecimento técnico e observação in loco), seguidas de relatórios para gestores. Público: profissionais executores de testes rápidos. Alcance: 12 unidades visitadas (em expansão para todas).
Integração comunitária com Ambulatório LGBT e movimentos sociais: envolvimento do Ambulatório LGBT de Petrópolis e redes de movimentos sociais em mobilizações, rodas de conversa e apoio ao engajamento de populações-chave. Público: jovens, pessoas trans, HSH e população LGBT. Alcance: mais de 300 pessoas mobilizadas em ações comunitárias e institucionais.
Articulação intersetorial: parceria com a SES-RJ para apoio técnico às capacitações, alinhamento às diretrizes estaduais e suporte na descentralização da PrEP. Público: gestores e profissionais de saúde municipais e estaduais. Alcance: 1 coordenação estadual envolvida mais a rede municipal de Petrópolis.
Participação em reuniões intermunicipais e fóruns regionais: participação em encontros regionais de IST/HIV para troca de experiências e fortalecimento da cooperação técnica entre municípios do RJ. Público: gestores, profissionais de saúde e representantes comunitários. Alcance: 10 municípios apoiados com oficinas e intercâmbio técnico.
Oficinas regionais de PrEP: realização de oficinas de apoio técnico para municípios vizinhos, com orientações sobre implantação da PrEP e estratégias de prevenção combinada. Público: profissionais de 10 municípios do RJ. Alcance: 10 municípios apoiados.
Ações comunitárias: atividades de engajamento e rodas de conversa em territórios periféricos e no Ambulatório LGBT, com foco em adesão, redução do estigma e fortalecimento da prevenção combinada. Público: jovens, pessoas trans, HSH e população negra periférica. Alcance: mais de 500 pessoas alcançadas diretamente.
Quais as lições aprendidas com a implementação da experiência?
A descentralização requer capacitação contínua e acompanhamento próximo das equipes. O uso de checklist e relatórios de devolutiva mostrou-se ferramenta eficaz para retroalimentar a gestão e garantir melhorias práticas. As visitas presenciais criaram vínculo com os serviços, aumentando a adesão às recomendações.
A experiência demonstrou que a integração intersetorial entre gestão municipal, SES-RJ, Ambulatório LGBT e sociedade civil foi decisiva para a sustentabilidade da estratégia, favorecendo a adesão das populações-chave e o potencial de replicação em outros territórios.
Quais dados e indicadores foram coletados e monitorados?
Serviços ofertando PrEP: de 1 para 5 em Petrópolis.
Número de profissionais capacitados: 300 em PrEP e 25 em Testagem rápida.
Número de municípios apoiados: 10.
Número de supervisões técnicas realizadas: 12 visitas presenciais (em expansão).
Aumento de usuários em PrEP (dados SICLOM 2023–2024).
De que forma a experiência foi divulgada ao público?
A experiência foi divulgada em mídias institucionais do município, redes sociais, jornais da Secretaria de Estado de Saúde do RJ, reuniões intermunicipais e espaços de participação social, como o Centro de Cidadania LGBT Petrópolis. Essa ampla estratégia de divulgação envolveu profissionais de saúde, gestores, sociedade civil e movimentos sociais, reforçando a legitimidade da iniciativa e favorecendo sua replicabilidade em outros territórios do estado.
Quantas pessoas participam da experiência?
Aproximadamente 300 profissionais foram capacitados para a PrEP, 25 receberam treinamento específico em testagem rápida e mais de 500 pessoas das populações-chave participaram de ações comunitárias. Considerando os usuários de PrEP e beneficiários diretos das testagens qualificadas, o alcance da experiência já ultrapassa mil pessoas no município e região, com potencial de expansão à medida que novas unidades forem incorporadas.
Detalhe os recursos (financeiros, físicos, humanos e materiais) utilizados na realização da experiência:
Foram mobilizados recursos humanos (equipe técnica municipal, apoiadores estaduais, profissionais das UBS e serviços comunitários), recursos materiais (kits de PrEP, testes rápidos, insumos educativos), recursos físicos (salas em UBS, Centro de Saúde e Ambulatório LGBT) e recursos financeiros (custeio municipal e apoio estadual para capacitações). Essa combinação garantiu a viabilidade e a sustentabilidade da experiência sem necessidade de parcerias externas adicionais.
Descreva os benefícios da experiência para o SUS
A experiência fortaleceu a estratégia de prevenção combinada no SUS, descentralizando a PrEP para além do serviço especializado e garantindo o acesso em territórios periféricos e serviços voltados à população LGBT. Isso ampliou a equidade e incluiu populações-chave tradicionalmente mais vulnerabilizadas.
A qualificação da testagem rápida, baseada em visitas presenciais com checklist e relatórios de devolutiva, aumentou a segurança diagnóstica, a rastreabilidade dos insumos e a consistência das notificações, fortalecendo a vigilância epidemiológica local. Essa metodologia padronizada está sendo expandida para todas as unidades do município que realizam TR.
O apoio a 10 municípios do RJ permitiu a capacitação de aproximadamente 300 profissionais e a implantação de fluxos locais de PrEP, ampliando a cobertura estadual e criando uma rede intermunicipal de prevenção.
O destaque da iniciativa não se limita a suprir uma necessidade local, mas aos resultados efetivos obtidos, consolidando Petrópolis como referência estadual em prevenção combinada.
Assim, a experiência articula inovação, equidade e direitos humanos, reforça a sustentabilidade do SUS e contribui para o alcance da meta de eliminação do HIV como problema de saúde pública até 2030.
Antes da iniciativa, a PrEP estava concentrada em apenas um serviço especializado, o que limitava o acesso de populações-chave e prioritárias. Esse modelo centralizado gerava filas de espera, deslocamentos longos e desigualdade territorial no acesso.
Além disso, a testagem rápida apresentava fragilidades quanto à execução técnica, registros, fluxos diagnósticos e participação no AEQ-TR, impactando a vigilância epidemiológica e a efetividade da prevenção combinada.
Outro desafio identificado foi a necessidade de apoiar municípios do Estado do Rio de Janeiro que ainda não ofertavam a PrEP, apesar da demanda. Havia, portanto, três grandes problemas: descentralizar a PrEP para a APS, qualificar a testagem rápida e apoiar tecnicamente outros municípios na implantação dessa tecnologia.
A descentralização ampliou de 1 para 5 o número de serviços ofertando PrEP em Petrópolis, garantindo maior acesso em territórios periféricos e em serviços voltados à população LGBT. Essa expansão reduziu barreiras de deslocamento e aumentou a adesão de jovens, pessoas trans e HSH.
Na testagem rápida, foram realizadas 12 visitas de supervisão com checklist estruturado, possibilitando padronização de práticas, melhor organização do armazenamento, maior rastreabilidade e adesão aos manuais técnicos. Cada visita gerou relatório de devolutiva para gestores e equipes, qualificando processos e elevando a segurança diagnóstica. A estratégia está em expansão para todas as unidades do município que realizam TR.
Regionalmente, 10 municípios foram apoiados, com a capacitação de cerca de 300 profissionais de saúde. Como resultado, novos serviços de PrEP foram implantados no estado, fortalecendo a rede intermunicipal de prevenção combinada.
Além disso, a integração intersetorial com a SES-RJ, o Ambulatório LGBT e movimentos sociais ampliou a legitimidade da experiência, garantindo maior engajamento comunitário e favorecendo a sustentabilidade.
Para implementar uma prática semelhante, recomenda-se iniciar pelo mapeamento dos territórios prioritários e pela construção de fluxos simples e integrados entre APS, serviços especializados e ações comunitárias. Invista na capacitação contínua das equipes, na supervisão da testagem rápida com devolutivas qualificadas e na articulação com movimentos sociais para mobilizar populações-chave. Manter diálogo permanente com a gestão municipal e estadual facilita a institucionalização, amplia a sustentabilidade e garante que a PrEP se torne parte da rotina dos serviços.
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