O teste do Pezinho-TP é um exame realizado no recém-nascido e visa detectar doenças precocemente e evitar complicações graves. É um teste obrigatório por lei institucional nº11.605/2007.
Eirunepé, tem por dimensão territorial 14.966,241 km com uma população de aproximadamente 33.173 habitantes, 20% desse total são de populações ribeirinha e indígena que se espalha pela imensidão da extensão territorial, o que dificulta as ações constantes pelas equipes de saúde.
No município notou-se nos últimos anos através das equipes de estratégia saúde da família, uma evasão das mães oriundas de territórios rurais após o parto na alta hospitalar, devido ao tempo de permanência das mesmas na sede do município ser mínimo. Essas mulheres alegam a necessidade do retorno célere pela distância do longo percurso até suas residências, que podem chegar a 5 dias de viagem; ausência da família que ficou na comunidade e pouco recurso financeiro, muitas vezes aproveitando caronas que aparecem de embarcações de terceiros para facilitar a economia de combustível.
Motivos que dificultam a cobertura de coletas em tempo oportuno, por meio das equipes. Com isso, afins de identificar as doenças pré-existente do recém-nascido e considerando a prevenção da mortalidade materno-infantil avaliou-se a necessidade do reforço estratégico e informativo dentro da consulta de pré-natal e no período puerperal com a busca ativa pelo binômio para a coleta em tempo oportuno.
METODOLOGIA
A Gestão identificou a baixa coleta do TP e reuniu os profissionais para averiguar os problema relacionados a falta de alcance das metas e após destacarem a dificuldade em coletar o teste de RN ribeirinhos foram criadas estratégias para reverter esse cenário.
A coleta do TP realizada no hospital foi descentralizado para as ESF/ESFR, as quais receberam treinamentos para executar a ação em domicilio. Em seguida elaboraram um fluxograma direcionado a esse público, no qual ficou estabelecido a sensibilização sobre a importância do TP no pré natal, já com orientações para permanecer na residência da cidade após a alta hospitalar até a visita da ESFR para coleta do TP já usando esse momento para a avaliação da 1° semana do RN, identificando as condições do puerpério, sinais da icterícia, aleitamento materno, vacinação e possíveis sinais de infecção puerperal.
Para esse encontro o hospital manda a relação das paridas para a coord. da saúde da mulher que mapeia os dados por ESFR, que comparam com os dados do pré natal e enviam para a ESF conforme o bairro que a puérpera está residindo e o ACS faz a busca, ao localizar já verifica as condições da dupla e orienta sobre a visita da equipe. No 5° dia de vida a equipe (téc. de enf, enfermeira e acs) fazem a visita para coleta e avaliação. Nos casos em que a puérpera não é localizada, os dados são repassados no grupo de Whatsapp para que todos façam busca coletiva atras dos dois. Assim que encontrados são orientados da mesma forma.
Fomentar estratégias para alcançar a cobertura das coletas de TP em tempo oportuno.
– Ampliar o conhecimento das mães dentro do pré-natal sobre a importância do TP em seu período e quais doenças detectáveis;
– Incentivar a permanência das puérperas ribeirinhas na cidade para a coleta do TP;
– Criar um fluxograma de atendimento diferenciado para garantir a equidade do serviço
Através da coleta descentralizada e busca imediata pelas equipes de ESF e ESFR, as metas do TP que em 2021 não chegavam a 50% do alcance dos nascidos vivos teve resultados satisfatórios alcançando mais de 80% em 2022 e chegando a 100% em 2024 de testes coletados. Além do alcance das metas do TP, houve o aumento da qualidade no atendimento ofertado as mães ribeirinhas que dessa forma podem voltar para suas comunidades em condições melhores após uma avaliação detalhada que garante o tempo de viagem sem preocupações da mãe e filho, beneficio este que reduz os riscos de infecções pós natal e agravos a saúde dos dois.
A eficácia dessas estratégias adotadas para intensificar a coleta do teste do pezinho consolida a importância do olhar humanizado para a criação de estratégias que promovam a equidade no território, o que trouxe benefícios incalculáveis para uma população diferenciada, a qual sem perceber a importância retornava para suas comunidades sem uma avaliação adequada facilitando infecções e agravos a saúde de mãe e filho.
Essas ações além de garantirem a identificação de doenças pré existentes ainda reduzem os gastos com internações hospitalares, medicamentos e remoções por agravos no puerpério, sendo uma estratégia eficaz de prevenção a mortalidade materno-infantil. Além de fortalecer a RAS e intensificar o vínculo dos usuários com as equipes de saúde e garantir a qualificação contínua dos profissionais que atualmente são 100% capacitados para desempenhar esse papel.
As estratégias adotadas pela gestão municipal com a descentralização da coleta e implantação do fluxograma especifico para população ribeirinha possibilitam a organização das equipes de saúde que mantem uma agenda flexível para garantir a visita no 5° dia útil de vida do RN por ser o melhor dia para coleta do TP e tem como intuito, fortalecer o conhecimento das gestantes que vivem em áreas longínquas através de educação em saúde sobre a importância da realização do teste do pezinho no bebê com o objetivo de melhorar o crescimento e desenvolvimento das crianças que vivem em áreas longínquas de nosso município, reduzir a mortalidade infantil e descoberta de uma possível doença precoce, e assim também fortalecer as parcerias criadas para uma rede de atenção a saúde da mulher com as equipes da unidade hospitalar, estratégia de saúde da família, estratégia de saúde da família ribeirinha, coordenação do programa saúde da mulher e saúde da criança e semsa, alcançando o êxito de cobertura para TP e melhor qualidade das condições clinicas do binômio.
Secretaria Municipal de Saúde de Eirunepé AM
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO