O presente trabalho é realizado atualmente no Serviço Residencial Terapêutico de Alfenas com o objetivo de possibilitar um espaço de interlocução entre os moradores e o ambiente em que estão inseridos. Os atores envolvidos neste processo são os moradores, cuidadores, referência técnica, psicólogo e terapeuta ocupacional. Este espaço denominado de Assembléia surge como um recurso de manejo das normas e ordem do funcionamento da casa, que permite a interação entre a subjetividade dos moradores e as questões sociais do grupo em que eles estão inseridos. Possibilita que estes sujeitos hajam com autonomia e se apropriem de sua identidade como parte de um coletivo. No decorrer do trabalho foram enfrentadas resistências quanto à aceitação deste novo paradigma por parte dos cuidadores em relação a participação constante dos moradores no processo de organização da dinâmica da casa, muitas vezes por não acreditar na capacidade destes e/ou por ter uma visão hospitalocêntrica centrada no cuidado com foco na dependência ainda considerada necessária. Outra dificuldade a ser considerada ainda a insegurança gerada por parte dos moradores frente a esta nova realidade. É importante salientar que a implantação das Assembléias é um processo que está sendo trabalhado em conjunto com toda a equipe para que esta se torne sempre um espaço de livre acesso. Para tanto, é preciso constantemente quebrar esses paradigmas e conscientizar os profissionais a ela vinculados de que esta deve ser um espaço de discussão e resolução de conflitos pelos moradores, e que eles estão apenas enquanto mediadores dessa dinâmica.