Considerando a limitação dos recursos financeiros para a execução dos diversos serviços de saúde e a participação crescente dos municípios no financiamento do SUS (observando a média de aplicação de recursos próprios em saúde de 13,68% em 2000 para 24,2% em 2017 – fonte SIOPS), torna-se primordial a adoção de medidas e estratégias que visam à melhoria do gasto público. Aumentar a eficiência sem abalar a eficácia e efetividade dos serviços públicos é um desafio eminente. Nesse contexto, iniciou-se em 2014, na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São José do Rio Preto (SP) o desenvolvimento de uma gestão de custos que acompanha e avalia as despesas e custos das unidades/serviços próprios com foco em eficiência, regularidade das despesas e melhorias de processo.
Objetivo geral: melhorar a eficiência dos serviços prestados para o fortalecimento do SUS no município. Objetivos específicos: conhecer e monitorar as despesas e os custos das unidades. Serviços próprios: subsidiar o gestor na tomada de decisão. Formou-se uma equipe dedicada ao processamento de dados relacionados às despesas das Unidades Próprias da SMS, definiu-se os centros de custo de interesse e criou-se uma planilha eletrônica (planilha de custos) para alocação dos dados. A planilha de custos fica disponível na intranet aos gestores e técnicos da SMS e é atualizada periodicamente. Foram estabelecidos núcleos de processamento que realizam a conferência dos dados, inferência de valor aos centros de custo, análise das despesas, alimentação da planilha de custos e realização de relatório gerencial da despesa. Também são apontados indícios de desperdício, irregularidade da despesa e melhorias de processos aos setores responsáveis pela suas regularização ou intervenção.
Como resultados do desenvolvimento da gestão de custos na SMS, podemos citar: a) identificação do custo macro das diversas unidades e setores da SMS; b) economia / redução de perdas significativas geradas através dos apontamentos realizados; c) maior eficácia e assertividade nas questões tangíveis a custos e alocação de recursos utilizando-se de dados fidedignos na tomada de decisão; d) regularidade das diversas despesas com a verificação mais detalhada sobre a legitimidade das mesmas; e) disseminação da cultura de custos em âmbito geral da SMS; f) disponibilização das informações de custo para pesquisas acadêmicas no SUS; g) organização das despesas para realização sistemática da apuração de custo por procedimento de interesse. Há muito que evoluir, mas a experiência mostra que mesmo sem parametrizações para apuração de custos no SUS, é possível melhorar a eficiência dos serviços a partir do desenvolvimento de processos e ações sistemáticas sem grandes investimentos. O monitoramento das despesas e a apuração de custos podem ser realizados de forma gradativa. Só podemos melhorar o gasto público se o conhecermos e monitorarmos, sensibilizando os profissionais envolvidos e subsidiando o gestor na tomada de decisão.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO