A promoção da saúde refere-se à capacitação das pessoas e comunidades para modificação dos determinantes da saúde em prol da qualidade de vida da população no contexto do campo, faz-se necessário que as equipes atuem com criatividade frente às especificidades desse povo. No município de Aceguá, a maior parte da população reside na zona rural, além de pequenos e grandes proprietários de terra, encontram-se assentamentos da reforma agrária, colônia alemã e comunidades quilombolas. Desde o ano de 2004, essas comunidades recebem atenção à saúde por meio de uma valiosa ferramenta: a unidade móvel de saúde, cuja equipe atuante enfrentou o desafio de não perder o vínculo com a população frente à ausência do profissional médico em boa parte de 2018. Sendo assim, dentista, enfermeira, nutricionista, farmacêutica, técnica de enfermagem, auxiliar de saúde bucal, agente comunitário de saúde e motorista superaram-se na criação de alternativas que suprem as necessidades dessas comunidades.
Garantir cuidado integral à população do campo com ênfase nas ações de promoção à saúde, mesmo na ausência do profissional médico, aliviando os desconfortos físicos e emocionais decorrentes das suas realidades carentes de acessibilidade, comunicação. Para suprir a ausência da consulta médica, a equipe ampliou seu olhar e buscou novas alternativas, como: consulta de enfermagem, nutricionista (avaliação e adequação da dieta) e farmacêutica (uso correto da medicação) aos pacientes crônicos descompensados. Também pré-natal e puericultura com enfermeira, dentista e nutricionista, apoio à pacientes com transtornos mentais e utilização de PICS como complementares aos tratamentos (auriculoterapia e florais). O trabalho exaustivo dos agentes comunitários informando a ausência do médico e encorajando a população a manter o vínculo e confiança na equipe foi essencial.
Manutenção da demanda de atendimentos na unidade móvel de saúde, mesmo sem a oferta de consulta médica. Desenvolvimento do vínculo da população com os demais membros da equipe e confiança nesses, inclusive frente a problemas popularmente reconhecidos como da alçada do médico. A ausência desse proporcionou maior acesso à população pelos profissionais, permitindo intervir nos determinantes de saúde (alimentação inadequada, uso incorreto de medicação, transtornos de ordem psicológica e social, entre outros), melhorando a qualidade de vida das pessoas através da modificação dos seus hábitos. Além disso, a equipe sentiu-se mais confiante na realização dos atendimentos, mais responsável pelo usuário, com ampliação do escopo de ações e da confiança no seu trabalho. Essa experiência demonstrou que apesar do médico ser essencial para um cuidado de excelência na atenção básica, esse é passível de acontecer na sua ausência. Garantiu-se uma atenção integral à população do campo, ofertada por equipe multiprofissional engajada e motivada a auxiliar no crescimento individual e coletivo dos usuários e comunidade, tendo por base os preceitos da promoção de saúde. Foram meses sem médico, mas com muito trabalho e presença constante dos nossos usuários.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO