Convivência digital a pais de adolescentes: proximidade em tempos de afastamento pela pandemia

Este trabalho consiste no relato da experiência do projeto de enfrentamento a Covid-19 pelo Programa do Núcleo a Atenção de Saúde do Adolescente pertencente ao Departamento de Programas da Secretaria de Saúde (DEPSA) de Rio das Ostras/ RJ que funciona no Núcleo de Atenção a Saúde da Criança e Adolescente (NASCA). O projeto de acolhimento e orientação aos pais de adolescentes foi proposto pela equipe de psicologia do Núcleo anteriormente a Pandemia por reconhecimento da necessidade de estratégia de Boas Práticas em Saúde para esse público. Entende-se que atender o adolescente requer uma abordagem integral a família. É uma fase complexa para a relação entre pais e filhos, porque os adolescentes querem sua independência e a influência dos pais fica bem diminuída. E como se não bastasse o turbilhão hormonal e o processo de maturidade, o afastamento social representa uma ruptura de laços afetivos presenciais. Questões sobre sexualidade, namoro, estudo e a escolha da profissão, drogas e violência estão presentes o tempo todo nessa transição. Dar suporte aos pais de adolescentes para lidar com reações emocionais complexas a essa fase se fez necessário visando mitigar o distanciamento social através de acolhimento e suporte virtual.

A roda de conversa com os pais de adolescente justifica-se por possibilitar momentos de diálogo e escuta nas suas dificuldades/ou não com os filhos. E se faz necessário oferecer a possibilidade que se realize no modo remoto para mitigar o sofrimento psíquico e afastamento social imposto pela pandemia. Enfoque na resolutividade do atendimento ao usuário visando à humanização na abordagem.Objetivos específicos:Diminuir o distanciamento entre profissional e paciente diante do afastamento social. Oferecer escuta qualificada e acolhimento às imprecisões e angústias vivenciadas na fase da adolescência dos filhos. Promover suporte emocional aos pais de adolescentes. Reflexão sobre limites e possibilidades nesse momento de confinamento minimizando agravos biopsiquicosociais. Suporte psicológico em grupo virtual e com disponibilidade para atendimento individual no atendimento no privado. Levantar demandas e sugestão de temas a serem trabalhados pelos pais de adolescentes.

O projeto reafirmou a importância da escuta psicológica, do acolhimento humanizado e da construção de vínculos como estratégias fundamentais de promoção da saúde mental. O suporte oferecido aos pais mostrou-se essencial para o bem-estar emocional da família e para o fortalecimento das práticas de cuidado ao adolescente. Houve alta adesão e participação contínua predominantemente das mães, que relataram sentir-se acolhidas e mais preparadas para lidar com as manifestações emocionais dos filhos — como irritabilidade, apatia e oscilações de humor, intensificadas pela pandemia. Os encontros favoreceram o vínculo, a troca de experiências e a regulação emocional, fortalecendo os laços familiares e o cuidado compartilhado.
Principais conclusões e aprendizados:
1. A escuta aos pais é também uma forma de cuidar do adolescente. Ao fortalecer emocionalmente os cuidadores, amplia-se a capacidade de compreensão e manejo das demandas típicas dessa fase, favorecendo vínculos mais saudáveis.
2. O formato remoto mostrou-se um recurso eficaz e acessível. Mesmo diante do distanciamento social, foi possível manter o acolhimento, o vínculo e a continuidade do cuidado psicológico.
3. A experiência evidenciou a potência do trabalho intersetorial. A integração entre psicologia, atenção básica e práticas comunitárias contribuiu para a criação de estratégias mais amplas de cuidado e para a humanização das políticas públicas em saúde mental.
Esses resultados apontam para a relevância de ações permanentes de suporte psicossocial a famílias de adolescentes, não apenas em situações emergenciais, mas como parte do cuidado continuado na rede de saúde

A Roda de Conversa se efetivou via grupo de whatsapp, aplicativo de relacionamento de preferência dos usuários. Ocorreu todas a terças-feiras das 15h as 16:30h. Fluxo: o adolescente passa pela equipe multiprofissional, formada por medica, nutricionista, assistente social e três psicólogas, chegam ao NASA por demanda espontânea ou encaminhamentos externos. No acolhimento e avaliação psicossocial alguns casos são indicados para atendimento psicológico e absorvidos para escuta individual e os familiares indicados para Roda de Conversa Digital. Antes de serem incluídos na Roda de Conversa Digital os pais passam por atendimento individual com outra equipe de psicologia. Uma psicóloga atende o adolescente e as outras duas coordena o grupo de familiares. A inclusão dos pais, após avaliação de indicação para grupo, é feita através de link de convite com informações sobre a proposta e objetivos da roda de conversa digital, regras éticas, dia e horário de funcionamento.

autor Principal

Damiana Correa de Souza

damicorrea@gmail.com

Psicologa

Coautores

Maria Luzia do Espírito Santos Nunes, Adriana Maria da Silva

A prática foi aplicada em

Rio das Ostras

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Rua das Casuarinas, 595 - Ancora, Rio das Ostras - RJ, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Damiana Correa de Souza

Conta vinculada

04 dez 2020

CADASTRO

12 nov 2025

ATUALIZAÇÃO

26 maio 2020

inicio

27 out 2020

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

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